O governo sofreu a primeira derrota na reforma trabalhista no Senado. Nesta terça-feira (20), o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) foi rejeitado por 10 votos contrários e 9 favoráveis na CAS (Comissão de Assuntos Sociais).
Antes do início da sessão, o governo contava com a aprovação do texto por 11 votos favoráveis e 8 contrários.
Mesmo com a derrota, a matéria agora é encaminhada para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), onde deve ser lida nesta quarta-feira (21). Apesar da derrota na CAS, o governo pode reverter a situação na CCJ e no plenário.
A previsão é que o colegiado possa votar o texto na semana que vem, no dia 28, última etapa antes da análise pelo plenário do Senado.
Durante a sessão, senadores de oposição e da base governista trocaram críticas. A presidente da CAS, senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) ouviu provocações de seus ex-colegas de partido, o PT.
“Vossa Excelência sabe o quanto um trabalhador de São Paulo sacoleja dentro de um ônibus para chegar ao seu local de trabalho. […] Nós estamos tirando daquele que é pobre, que se ferra, que está no trânsito, que tem que enfrentar filas, que tem que pegar ônibus com chuva, com sol. É deste que nós estamos tirando, não é do empresário”, afirmou a líder do PT no Senado, Gleisi Hoffmann.
Marta se mostrou incomodada, mas disse que na condição de presidente do colegiado não ia falar sobre “seus sentimentos” sobre a reforma. “Poderemos nos encontrar depois para conversarmos longamente”, respondeu.
Fonte: Folha SP