Terminou sem imprevistos a primeira das quatro noites da nova etapa de transferência de carga da Ponte Hercílio Luz. Nem mesmo o vento sul e a garoa fina que caíam no começo da noite de segunda-feira, 3, impediram o começo dos trabalhos. Às 22h35min, o governador Carlos Moisés acionou a sirene para autorizar o serviço, que foi finalizado por volta de 0h30min da madrugada. A operação é decisiva para o projeto de restauração do cartão-postal. O diretor da FNE e do Senge-SC, Carlos Bastos Abraham, presenciou todo o processo com a comissão de acompanhamento da Associação Catarinense de Engenheiros (ACE). “Nos próximos dias estaremos presentes até a fase final dessa etapa para constatarmos a segurança total da ponte”, afirmou.
Ao final do processo, que ainda prevê mais três noites de trabalho, 80% do peso da ponte voltará a ser sustentado pela própria estrutura. Desde outubro de 2017, quando ocorreu a primeira transferência de carga, a Hercílio Luz foi elevada em cerca de 1,80 metro e o peso ficou apoiado sobre as estruturas provisórias.
Agora, a estrutura será rebaixada em 80 centímetros – 12 centímetros na primeira noite – e cerca de 1,7 mil tonelada do peso da ponte volta a ser sustentado pela estrutura pênsil, pelos 28 cabos pendurais e 360 barras de olhal que foram substituídos na restauração e que mantêm a ponte elevada. O rebaixamento é realizado por 54 macacos com bombas hidráulicas controladas por computador.
Responsável pela autorização oficial do serviço, o governador ressaltou que o Executivo segue trabalhando para entregar a ponte em 30 de dezembro de 2019. Segundo Moisés, os recursos para a finalização da obra estão assegurados e “está tudo muito bem encaminhado para a gente terminar esse processo histórico de restauração da ponte”.
Especificamente sobre a transferência de carga, o governador lembrou que a superação dessa etapa permitirá que a empresa Teixeira Duarte avance em outras frentes de trabalho: “A ponte não foi feita para ficar escorada em estruturas provisórias. Essa transferência é necessária e garante um pouco mais de estabilidade à obra”.
Na visão do secretário Carlos Hassler, da Infraestrutura, essa transferência de carga constitui um marco para a obra, que entra agora em sua reta final. “Agora, há uma série de serviços que precisam que ela esteja apoiada no seu peso próprio. Na verdade, ela já poderia estar apoiada 100% na própria estrutura, mas há a necessidade da retirada de ferragens, que possuem um peso significativo”, contou o secretário.
Materiais das estruturas provisórias ajudarão a construir pontes no interior
Também presente na ponte, o secretário de Estado da Defesa Civil, João Batista Cordeiro Junior, afirmou que os materiais das estruturas provisórias serão usados na construção de pontes no interior do Estado.
“Estamos elaborando um termo de referência para nos próximos dias fazer um processo de Regime Diferenciado de Contratação para que uma empresa faça um plano de corte dessas ferragens e um projeto de pontes de seis a 12 metros. Elas vão, então, ser repassadas aos municípios para substituir pontes de madeira”, afirmou Cordeiro.
Plano de contingenciamento segue ativo para as próximas três noites
Ao contrário da primeira transferência de carga, ocorrida em 2017, não foi necessário fazer interrupções no trânsito. Apenas o canal marítimo abaixo da ponte foi fechado durante a operação e seguirá o mesmo procedimento nas próximas noites de trabalho. O plano de contingência comandado pela Defesa Civil e alinhado com os demais órgãos de segurança segue ativo até que seja finalizada a operação de transferência de carga da Ponte Hercílio Luz. Também dão apoio aos trabalhos de segurança o Corpo de Bombeiros, a Marinha, a Polícia Militar, a Guarda Municipal e a Defesa Civil Municipal.
Foto: Peterson Paul/Secom
Fonte: Informe Floripa