A terceira palestra do primeiro dia da Semana Conexão Suécia 2025, promovida pelo Senge-SC, abordou o tema “A Inovação no Setor Portuário” e foi conduzida pelo profissional de tecnologia aplicada ao setor portuário Jardel Fischer, com mediação do engenheiro Renan Streciwilk Antoniolli. A apresentação contou ainda com um vídeo institucional sobre o Porto de Itajaí, destacando o papel estratégico do setor na economia catarinense.

O engenheiro Renan Antoniolli abriu o painel lembrando que Santa Catarina é o estado com o maior número de portos do país, responsáveis por cerca de 95% das fronteiras comerciais brasileiras. “SC é um estado que respira inovação, e o setor portuário exige cada vez mais tecnologia para avançar em eficiência e sustentabilidade”, destacou o mediador.
Portonave: referência em sustentabilidade portuária nas Américas
Com 18 anos de experiência na Portonave, primeiro terminal portuário privado de contêineres do Brasil, Jardel Fischer apresentou as iniciativas da companhia que fazem dela uma referência em inovação e sustentabilidade no setor.

Segundo Fischer, o transporte marítimo responde por cerca de 3% das emissões globais, conforme dados da Organização Marítima Internacional (IMO). Para reduzir esse impacto, a Portonave atua alinhada à política de desenvolvimento sustentável de sua acionista, a Terminal Investment Limited (TiL).
A empresa possui certificação ISO 14001 e realiza, desde 2010, o monitoramento das emissões de gases de efeito estufa com base no Greenhouse Gas Protocol, principal referência mundial na área. Entre 2015 e 2024, a companhia reduziu em 63% as emissões de gases poluentes, o equivalente a 79 mil toneladas de carbono.
Um dos marcos dessa transformação foi a eletrificação dos 18 guindastes de movimentação de contêineres, implementada em 2016, que reduziu em 96,5% as emissões de GEE nessas operações.
Outros investimentos incluem a aquisição de empilhadeiras ecológicas, a instalação de painéis solares e, mais recentemente, a compra de equipamentos 100% elétricos, totalizando R$ 439 milhões. “Nosso foco é duplo: segurança e inovação. A segurança das pessoas vem em primeiro lugar — e a inovação tecnológica é o caminho para garantir eficiência operacional e sustentabilidade”, afirmou Fischer.
A Portonave também ampliou o uso de energia renovável certificada. De 2022 a 2024, foram adquiridos certificados equivalentes a 199.744 MWh, garantindo a neutralização total das emissões do Escopo 2 até 2027.
Tecnologia que inspira outros setores
Encerrando o painel, Renan Antoniolli destacou o efeito multiplicador da inovação portuária em outras áreas. “Toda essa tecnologia que a Portonave aplica ao setor portuário se transfere para diversas verticais — aeroportos, agricultura, indústria, educação. Inovação é conectividade”, observou.
O engenheiro ressaltou ainda que a essência dos negócios está nas pessoas. Clientes são pessoas, empresas são pessoas. Se você não entende de pessoas, não entende de negócios. Tudo é um processo e uma engrenagem que faz tudo funcionar.”
A palestra mostrou como a engenharia, a tecnologia e a sustentabilidade estão redefinindo o setor portuário catarinense — um segmento essencial para o desenvolvimento econômico do estado e para a transição rumo a uma economia de baixo carbono.






















