O XII Congresso Nacional dos Engenheiros (Conse), que acontece na sede do SEESP, em São Paulo, colocou em pauta ontem (18/9) a inteligência artificial e seus impactos sobre o mercado de trabalho da categoria. Participam do evento representantes do Senge-SC (foto) os engenheiros Carlos Abastos Abraham, presidente; Wilson Floriani Junior, Delegado Titular junto à FNE, Roberta Maas dos Anjos, presidente eleita; Francilene de Freitas Nascimento, diretora de Comunicação; Arthur Rangel Laureano, diretor Sindical Regional de Tubarão; e Karla Maria Serpa Zavaleta, diretora de Formação Sindical.
O tema foi abordado por Marcelo Zuffo, presidente do Centro de Inovação da Universidade de São Paulo (InovaUSP), que foi categórico em defender a utilização da inteligência artificial pelos profissionais que são, conforme afirmou, os seus criadores. “Os grandes dilemas brasileiros podem ser resolvidos pela engenharia com auxílio da IA. Não há risco de desemprego para engenheiros causado por ela”, enfatizou.
Para Zuffo, o grande desafio é que a tecnologia seja utilizada de modo apropriado. “As ferramentas são usadas para o bem ou para o mal. A questão é usar de forma ética, essa é mais do que nunca uma disciplina essencial na engenharia”, asseverou.
Antonio José Corrêa do Prado, integrante do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP) e do Instituto Fome Zero, corroborou ideia segundo a qual não se deve temer a tecnologia. A questão em pauta, explanou, é verificar como a sociedade como um todo se apropria da riqueza gerada pelos avanços.
Ele alertou não haver estatísticas que indiquem objetivamente ganhos de produtividade devido às ferramentas de inteligência artificial, mas citou dados que apontam para o crescimento de sua utilização. “IA será tão onipresente quanto energia elétrica e será difundida ainda mais rapidamente”, afirmou.
Entre os dados citados (confira aqui a apresentação), estão a adoção de IA por 72% das empresas e a existência de 14.800 ferramentas do gênero no mercado. Ainda, a previsão de que, até 2020, 30% dos trabalhos sejam automatizados, com a criação de 133 milhões de empregos e a eliminação de 81 milhões. A expectativa é que o mercado de IA crescerá 37% no mesmo período.
Prado lembrou também que a inteligência artificial é um dos pontos da transformação digital em curso e objeto de políticas industriais em várias partes do mundo, inclusive internamente com o Nova Indústria Brasil (NIB), lançado pelo governo federal.
O painel foi coordenado pelos dirigentes Sebastião Fonseca (AC), Marcos Camoeiras (RR) e Eugênia Von Paumgartten (PA). O XII Conse teve início na terça-feira (17/9) e acontece até quinta (19/9). O evento reúne representantes dos 18 sindicatos filiados à FNE conta com patrocínio da Mútua – Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea e das empresas Embraer, BYD, EcoRodovias e Qualicorp.