“Peço que me olhem com um olhar diferenciado, como um parceiro” iniciou o candidato ao governo do Estado, Décio Lima, hoje (11/10) em sua visita ao Senge-SC, ao qual agradeceu a iniciativa que, segundo ele, demonstrou grandeza e interesse da entidade pelas questões do Estado e grandeza também quanto aos processos relativos ao povo catarinense. Carlos Bastos Abraham, vice presidente da FNE, entregou ao candidato a revista com a nova versão do Cresce Brasil, um projeto da FNE, com material proposto para o desenvolvimento nacional. Também enumerou as principais obras emergentes no Estado como a recuperação das 2 pontes ilha-continente, o acesso ao aeroporto da capital, o contorno viário da Grande Florianópolis, a duplicação das BR 280, 282 e 470, os projetos da ferrovia litorânea e do frango, e o final da recuperação da ponte Hercílio Luz e da balneabilidade da beira-mar.
Questionado Décio Lima manifestou-se em relação aos polêmicos PL 1292/1995 e PL 6814/2017 que alteram a Lei 8666/1993 para “modernizar” as licitações públicas, antecipando que não se permite trabalhar com processos que não tenham começo, meio e fim. “Temos que dar garantia de que estamos começando algo que tem projeto, que tem prazo e vamos fazer uma construção para entregar naquela data aprazada. Não podemos trabalhar no improviso e digo isso porque quero que conheçam o parceiro que pretendo ser”, antecipou.
O candidato afirmou não querer fazer um governo sem os engenheiros e sem aqueles que protagonizam a engenharia de Santa Catarina. “Eu não quero fazer obras sem discutir com os senhores; eu não quero fazer construção sem vir aqui construir com vocês. As obras em Santa Catarina serão discutidas com o passo inicial, que é a nossa boa engenharia, representada não só pelo Senge, mas com as demais entidades com as quais vocês mantêm boas parcerias.” Segundo Lima, assim será feito também na saúde, na segurança pública e na educação, para obter um processo pela primeira vez horizontalizado.
Ele afirmou que, caso seja eleito, começará ainda em janeiro de 2019 uma agenda com as entidades da engenharia no planejamento do investimento estruturante já nos primeiros 60 dias, sem nenhum preconceito com relação às parcerias público-privadas. “Aliás, quero trazer a vocês um desafio de sonho: já imagino aqui na faixa litorânea do nosso Estado uma grande metrópole, de Itapoá a Passo de Torres. Esse é o grande planejamento que temos que fazer de obras estruturantes, principalmente no direito de ir e vir das pessoas e na atração de um novo modal de transporte,” adiantou.
Com relação à defesa ambiental, declarou que o seu lado mais perverso é a burocracia que se criou e o desprezo de um governante que não sinaliza isso. Portanto, pretende investir em tecnologia, implantando em Santa Catarina um aplicativo de celular, através do qual o empresário e o engenheiro vão acessar e obter os documentos de que necessitam, conferir as licenças de que precisam, o cidadão vai marcar consulta no médico, entre outras opções facilitadoras para a população. Lima acredita que, com isso, inclusive será possível valorizar o servidor que está na ponta, trabalhando.
“Tenho muito a aprender com vocês. A engenharia é a certeza que a gente tem da racionalidade, de que dois mais dois são quatro. Podem ter certeza de que, se eu for governador, a engenharia vai participar no ativismo de resultados do qual todos os senhores vão se orgulhar, tenho certeza”.
Indagado pelo diretor de Comunicação do Senge-SC, Alexandre Bach Trevisan, sobre a sua visão de como as empresas de infraestrutura como água, energia e gás devem cumprir com sua ação social sem deixar de serem competitivas por viverem hoje um mercado diferente e precisarem ser reinventadas, respondeu que trabalha com a lógica do planejamento estratégico. “A princípio, todas essas empresas têm que ser fortalecidas e, ao mesmo tempo, precisam dizer o que vão projetar para um futuro próximo.” Afirmou ainda que a política tem que romper com a mediocridade, pois acredita que tudo o que é feito com planejamento “dói menos”. E repetiu: “vamos trabalhar com ativismo de resultados. Não trabalho com o conceito de que servidor é marajá, que vive na sombra; sabemos que isso não é verdade. Vamos construir o processo com as pessoas que são as protagonistas.”
Finalizou afirmando ao presidente Fábio Ritzmann o seu compromisso de apoio à PLC 13/2013, que acrescenta um parágrafo na Lei 5194, caracterizando como essencial e exclusiva de Estado as atividades exercidas por engenheiros, arquitetos e engenheiros agrônomos. “A engenharia tem que ser carreira de Estado. Eu não só apoio, é uma concepção que defendo. O Brasil não pode mais precarizar as coisas. Tudo aquilo que puder fazer, na condição de governador, eu farei. Não pode ser tratada como processo efêmero ou estrutura secundária, é meu compromisso.”
Décio Lima foi o terceiro a participar do “Café com Candidatos”, que já recebeu o aspirante ao Senado, Raimundo Colombo, no dia 04 de setembro, e também o postulante ao cargo de governador, Gelson Merísio, ontem (10/09). Amanhã, dia 12, será a vez do candidato Mauro Mariani. O “Café com Candidatos” é uma iniciativa do Senge-SC juntamente com as demais entidades da área que compareceram hoje, como CREA-SC, ACE, SEAGRO-SC, e SINTAGRI-SC.