Cerca de 92% dos profissionais – nove em cada dez – estão em exercício e, destes, 78% atuam em sua área de formação, revela censo do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), realizado pela Quaest. A pesquisa foi conduzida entre 48 mil profissionais das áreas de Engenharia, Agronomia e Geociências, entre 23 de setembro de 2024 e 2 de fevereiro de 2025, em todos os estados brasileiros.
A alta formalização é outro indicador do aquecimento do setor: 40% dos profissionais estão em regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e 11% no serviço público. A satisfação com o mercado de trabalho também é evidenciada na pesquisa, com 67% dos profissionais satisfeitos com suas atuais posições, em todas as idades, profissões, formações e Estados. E mais: metade dos entrevistados acredita que o mercado de trabalho vem melhorando nos últimos cinco anos.
Os dados também apontam que a relação entre idade e renda indica um crescimento progressivo dos ganhos conforme os profissionais avançam na carreira. A maior transição de renda ocorre entre os 30 e 34 anos, faixa etária em que a maioria ultrapassa os cinco salários mínimos.
Apesar dos resultados apontarem para um mercado aquecido, mostram também um cenário desafiador nos próximos anos no Brasil: a falta de mão de obra especializada na área tecnológica. Entre as principais causas, há uma redução significativa no número de engenheiros formados, com impacto direto em setores como infraestrutura, tecnologia e energia, além de uma baixa procura por esses cursos na graduação.
Santa Catarina se destaca
A pesquisa indica, ainda, que o índice de satisfação com o trabalho atual é de 70% em Santa Catarina, o segundo maior do país, atrás apenas do estado do Mato Grosso. Entre os principais motivos estão: oportunidades no mercado, vocação profissional e valorização da carreira.
Mulheres
O levantamento revelou também que homens representam 80% dos profissionais registrados no Conselho, enquanto as mulheres correspondem a 20% do total. Entretanto, os dados indicam um crescimento na participação feminina nos últimos anos. Entre os homens, 24% se registraram nos últimos cinco anos; entre as mulheres, o percentual é de 36%.
Na faixa com menos de 30 anos, as mulheres representam um terço dos profissionais. O número ainda é distante da equidade de gênero, mas muito superior à proporção entre as que possuem mais de 60 anos (12%). A mudança na demografia do Conselho fica evidente na idade média por gênero: 43 anos para homens, e 38, para mulheres.
“Ainda há uma disparidade muito acentuada, mas esse cenário vem mudando nas universidades, com a entrada de mais mulheres nos cursos de engenharia”, comenta a presidente do Senge-SC, Roberta Maas dos Anjos. Ela ressalta que a presença feminina na engenharia não é apenas uma questão de equidade, mas de ampliar olhares e soluções para os desafios da profissão. “A diversidade fortalece a engenharia. Quando garantimos espaço para que mulheres contribuam com sua competência técnica e visão sistêmica, promovemos avanços significativos para a sociedade”, afirma.
Roberta destaca o trabalho que vem sendo realizado nesse sentido em Santa Catarina desde o ano passado, com a criação do Senge-SC Mulher, que tem como missão apoiar, integrar e dar voz às engenheiras. Por meio de eventos, workshops, palestras e programas de mentoria, o núcleo promove o fortalecimento da rede de apoio entre as profissionais, incentivando a troca de conhecimento, a colaboração e o protagonismo feminino na engenharia.
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