O CREA-SC promoveu nesta quarta-feira (17) o 11º Seminário de Sustentabilidade Ambiental, reunindo cerca de 130 participantes entre profissionais da engenharia, acadêmicos e autoridades. O encontro, realizado na sede do Conselho, teve transmissão ao vivo pelo YouTube e destacou a responsabilidade técnica da engenharia diante dos desafios ambientais de Santa Catarina.
Organizado pela Comissão de Sustentabilidade Ambiental do CREA-SC, o seminário trouxe palestras, debates técnicos e cases práticos sobre manejo de resíduos, tratamento de efluentes e inovações em processos sustentáveis. Pela manhã, a programação abordou ética na representação institucional, fluxo de informações junto a órgãos ambientais e legislação sobre nascentes e cursos hídricos em áreas urbanas. À tarde, foram apresentados projetos de engenharia no manejo de resíduos, experiências de tratamento de efluentes com reconhecimento internacional, destinação de resíduos da construção civil e uso de incineradores para geração de energia a partir de plásticos.
A iniciativa buscou aproximar profissionais, estudantes e instituições públicas e privadas. Para o presidente do CREA-SC, Eng. Kita Xavier, o evento consolida-se como espaço de troca de conhecimento técnico e busca de soluções aplicáveis à realidade catarinense. “Nosso objetivo é capacitar e inspirar profissionais a atuarem de forma estratégica na gestão de resíduos. Este seminário reforça o papel da engenharia na construção de soluções inovadoras e sustentáveis”, afirmou.
Entre as participações, a engenheira Roberta Maas dos Anjos, presidente do Senge-SC e diretora financeira da Mútua-SC, relembrou sua trajetória iniciada ainda na Escola Técnica, em estágio na área de resíduos sólidos. Para ela, o tema tem dimensão social e ambiental. “O lixo é um dos principais indicadores da realidade de uma comunidade e precisa ser tratado como prioridade em políticas públicas. A engenharia deve estar à frente dessas decisões”, destacou. Roberta citou ainda o pioneirismo de Florianópolis, primeira cidade brasileira a implantar coleta seletiva porta a porta, mas lembrou que, quase 40 anos depois, os avanços ainda são insuficientes.
O coordenador da Comissão de Sustentabilidade Ambiental do CREA-SC, Eng. Carlo Antunes dos Santos, reforçou que a sustentabilidade está diretamente ligada às engenharias, à agronomia e às geociências, áreas decisivas para o desenvolvimento. Segundo ele, o objetivo do evento é formar multiplicadores. “Não existe caminho sustentável de desenvolvimento econômico, social e de qualidade de vida sem a participação efetiva dessas áreas”, disse.
Em sua fala, o presidente do CREA-SC lembrou também que o Congresso Estadual de Profissionais (CEP) percorreu 22 cidades catarinenses debatendo propostas sobre cidades inteligentes, com destaque para a gestão de resíduos. Ele alertou que 31,9% dos municípios ainda destinam resíduos em lixões, mas reforçou a tradição catarinense em buscar soluções inovadoras. “Tenho certeza de que vamos tirar boas propostas daqui para Santa Catarina e para o Brasil”, completou.
Representando a Assembleia Legislativa, o deputado estadual Marquito ressaltou que saneamento básico, tratamento de esgoto e acesso à água potável são direitos fundamentais, e que a engenharia tem papel central na formulação de soluções. Ele destacou iniciativas da Comissão de Meio Ambiente da Alesc, como programas de energia solar, reuso de água da chuva, gestão de resíduos, além dos workshops regionais e das cinco conferências preparatórias para a COP30 realizadas em cidades catarinenses.