Mesmo 50 anos após a vigência da Lei 4.950-A/66, que garante aos engenheiros um piso mínimo profissional, muitas empresas ainda resistem à sua aplicação. A situação se repete em todo o Brasil, em especial no setor público, gerando grande discrepância de salário entre profissionais diferentes. O debate que se impõe é o da valorização dos profissionais de engenharia, profissão fundamental para a construção das cidades.
Nesse dia 22 de abril, data em que completa 50 anos de vigência da lei, é impossível não registrar que o engenheiro faz parte da única categoria do funcionalismo público, em todos os Poderes, que não se enquadra na Lei do Salário Mínimo Profissional. Infelizmente isso vai de encontro ao imenso potencial de crescimento e desenvolvimento do Brasil. Mas a displicência com uma das coisas mais importantes em uma nação que quer construir este futuro – a engenharia – prova que também neste aspecto nossos governantes erram de forma grosseira e perpetuam um processo viciado no qual nossos colegas não têm direitos.
A verdade é que falta vontade política para estimular a educação, a formação e a valorização, através de uma remuneração digna. Não tem mais cabimento ver uma categoria profissional tão importante não ter reconhecida a sua importância. Engenheiros formam um fundamental capital humano em qualquer sociedade que quer avançar e crescer economicamente, distribuindo riqueza e justiça social. O que falta são os nossos governantes fazerem a sua parte.
O primeiro passo é oferecer salários compatíveis com o piso e que o governo federal inclua os engenheiros estatutários entre os beneficiários da lei. O segundo é criar plano de carreira em que o profissional tenha uma visão clara do futuro que terá na instituição. A partir daí não faltarão profissionais em nenhum lugar do país.